terça-feira, 30 de novembro de 2010

O homem, esse desconhecido

Alex Carrell escreveu um livro com este título, “o homem, esse desconhecido”. O homem conhece o mundo ao seu redor, mas não conhece a si mesmo. Explora o espaço sideral, mas não viaja pelos labirintos da sua alma. Investiga os segredos da ciência, mas não ausculta seu próprio coração. A pergunta do salmista ainda ecoa nos nossos ouvidos: “Que é o homem?” (Sl 8.4). As respostas foram muitas: “O homem é um bípede depenado”; “o homem é a medida de todas as coisas”; “o homem é um caniço agitado pelo vento”. O rei Davi, respondeu a essa pergunta de forma magistral: “Fizeste-o [...] por um pouco menor do que Deus, e de glória e de honra o coroaste. Deste-lhe domínio sobre as obras da tua mão e sob seus pés tudo lhe puseste” (Sl 8.5,6). O homem foi criado por Deus e criado para ser o gestor da criação. A origem do homem está ancorada em Deus e seu propósito é ser co-regente de Deus, como mordomo da criação. Destacamos, aqui três verdades sublimes acerca do homem.

1. O homem é a imagem de Deus criada. O homem não veio à existência por geração espontânea nem por um processo evolutivo de milhões e milhões de anos. Nossa origem não está ligada aos símios; nossa gênese está ligada a Deus. Fomos criados por ele e somos à semelhança dele. O homem é a coroa da criação de Deus. Foi criado um pouco menor do que Deus e coroado de glória e honra. Somos um ser físico e espiritual. Temos um corpo e uma alma. Podemos amar a Deus e adorá-lo. Podemos conhecê-lo e responder ao seu amor. Nenhum outro ser tem essa característica. Os anjos são espíritos, mas não tem corpos. Os animais têm corpos, mas não têm espírito. Temos corpo e espírito. Somos a imagem de Deus criada.

2. O homem é a imagem de Deus deformada. O pecado entrou na história humana com a queda dos nossos primeiros pais. O pecado atingiu todo o nosso ser, corpo e alma; razão, emoção e vontade. O pecado não destruiu à imagem de Deus em nós, mas a deformou. Agora, não podemos ver, com diáfana clareza, a imagem de Deus no homem, pois o pecado a desfigurou. Somos como uma poça de água turva. A lua com toda a sua beleza ainda está refletindo, mas não conseguimos ver essa imagem refletida; não porque a lua não esteja brilhando, mas porque a água está suja. A corrupção do pecado atingiu todos os homens e o homem todo. Todos os homens pecaram e o homem é todo pecado. Não há parte sã em sua carne. Tudo foi contaminado pela mancha do pecado.

3. O homem é a imagem de Deus restaurada. O homem criado e caído, é agora restaurado. Essa restauração, porém, não é autoproduzida. Ela não vem do próprio homem, vem de Deus. É Deus mesmo quem tomou a iniciativa de restaurar sua imagem em nós. E como Deus fez isso? Enviando seu Filho ao mundo! Ele é a imagem expressa e exata de Deus. Nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade. Jesus veio ao mundo para nos trasladar do império das trevas para o reino da luz. Ele veio para nos tirar do calabouço da escravidão para a liberdade. Ele veio para nos arrancar das entranhas da morte para a vida. Em Cristo temos perdão, redenção e restauração. Por meio de Cristo somos feitos filhos de Deus e herdeiros de Deus. A imagem de Deus criada e, deformada pelo pecado, é restaurada por Cristo. Pela operação da graça, nascemos de novo, nascemos de cima, nascemos do Espírito e somos co-participantes da natureza divina. A glória e a honra perdidas na queda são agora restauradas na redenção!



Rev. Hernandes Dias Lopes

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Reavivamento, obra soberana de Deus

Reavivamento é uma obra soberana de Deus. A igreja não produz reavivamento; ela o busca e prepara seu caminho. A igreja não agenda reavivamento; ela ora por ele e aguarda sua chegada. Reavivamento não é estilo de culto, nem apenas presença de dons espirituais ou manifestações de milagres. O Salmo 85 trata desse momentoso assunto de forma esclarecedora. O salmista pergunta: “Porventura, não tornará a vivificar-nos, para que em ti se regozije o teu povo?” (Sl 85.6). Dr. Augustus Nicodemus, em recente mensagem pregada em nossa igreja, ofereceu-nos quatro reflexões acerca do versículo em epígrafe.

1. Reavivamento é uma obra de Deus na vida do seu povo. Reavivamento não acontece no mundo, mas na igreja. É uma intervenção incomum de Deus na vida do seu povo, trazendo arrependimento de pecado, volta à Palavra, sede de santidade, adoração fervorosa e vida abundante. Reavivamento começa na igreja e transborda para o mundo. O juízo começa pela casa de Deus. Primeiro a igreja se volta para Deus, então, ela convoca o mundo a arrepender-se e voltar-se para Deus.

2. Reavivamento é uma obra exclusiva de Deus. Os filhos de Coré clamaram a Deus por reavivamento. Eles entenderam que somente Deus poderia trazer à combalida nação de Israel um tempo de restauração. Nenhum esforço humano pode produzir o vento do Espírito. Nenhuma igreja ou concílio pode gerar esse poder que opera na igreja um reavivamento. Esse poder não vem da igreja; vem de Deus. Não vem do homem; emana do Espírito. Não procede da terra; é derramado do céu. Laboram em erro aqueles que confundem reavivamento com emocionalismo. Estão na contramão da verdade aqueles que interpretam as muitas novidades do mercado da fé, eivadas de doutrinas estranhas às Escrituras, como sinais de reavivamento. Não há genuína obra do Espírito contrária à verdade revelada de Deus. O Espírito Santo é o Espírito da verdade e ele guia a igreja na verdade. Jamais ocorreu qualquer reavivamento espiritual, produzido pelo Espírito de Deus, dentro de seitas heterodoxas, pois Deus não age contra si mesmo nem é inconsistente com sua própria Palavra.

3. Reavivamento é uma obra extraordinária de Deus. O reavivamento não é apenas uma obra de Deus, mas uma obra extraordinária. É uma manifestação incomum de Deus na vida do seu povo e através do seu povo. Deus pode fazer mais num dia de reavivamento do que nós conseguimos fazer num ano inteiro de atividades, estribados na força da carne. Quando olhamos os reavivamentos nos dias dos reis Ezequias e Josias, vemos como o povo se voltou para Deus e houve júbilo e salvação. Quando contemplamos o derramamento do Espírito no Pentecostes, em Jerusalém, vemos como a mensagem de Pedro, como flecha, alcançou os corações e quase três mil pessoas se agregaram à igreja. Quando estudamos o grande reavivamento inglês, no século dezoito, com John Wesley e George Whitefield constatamos que uma nação inteira foi impactada com o evangelho. O mesmo aconteceu nos Estados Unidos no século dezenove e na Coréia do Sul no século vinte. O reavivamento é uma obra incomum e extraordinária de Deus e nós precisamos urgentemente buscar essa visitação poderosa do Espírito Santo na vida da igreja hoje.

4. Reavivamento é uma obra repetida de Deus na história. É importante entender que o Pentecostes é um marco histórico definido na história da igreja. O Espírito Santo foi derramado para estar para sempre com a igreja e esse fato é único e irrepetível. Porém, muitas vezes e em muitos lugares, Deus visitou o seu povo com novos derramamentos do Espírito, restaurando sua igreja, soprando sobre ela um alento de vida e erguendo-a, muitas vezes, do vale da sequidão. Nós precisamos preparar o caminho do Senhor e orar com fervor e perseverança como o salmista: “Porventura, não tornarás a vivificar-nos, para que em ti se regozije o teu povo?” O reavivamento é uma promessa de Deus e uma necessidade da igreja. É tempo de clamarmos ao Senhor até que ele venha e restaure a nossa sorte!

Hernandes Dias Lopes
Site Palavra da Verdade